Incentivando a proteção de áreas verdes, seus recursos e biodiversidade, promovendo pesquisas e cooperando com a comunidade local em iniciativas focadas na preservação e conservação da natureza.

Visitantes, Voluntários e Pesquisadores
Sejam Bem-Vindos!

Santuário da Natureza Família Walker

O Santuário da Natureza Família Walker está localizado dentro da propriedade Salto e Melança no Município de Piraquara – PR, na Região dos Mananciais de Água da Região Metropolitana de Curitiba; no limite de transição da Serra do Mar.

O Santuário faz divisa com a Terra Indígena Araçaí, SANEPAR e Parque Estadual Pico Morumbí. É uma importante região de ecótone entre a Floresta Ombrófila Mista com Araucária (Araucaria angustifolia) e a Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica).

Apresenta imensa riqueza de espécies da fauna e flora, com alto endemismo e espécies ameaçadas de extinção.

Com o grande objetivo de contribuir para a conservação da natureza e fomentar a pesquisa científica, foi concebido o Programa de Pesquisas do Santuário da Natureza Família Walker (SNFW) que visa incentivar a criação de uma rede de pesquisas prioritárias; levantamentos da biodiversidade e pesquisas ecológicas de longa duração. As informações subsidiarão a gestão e manejo desta área de preservação e contribuirão com informações de todo o território de abrangência desta floresta tão importante e ameaçada por diversos fatores, como a especulação imobiliária, a caça, o fogo, a invasão de espécies exóticas, e etc.. Este programa visa estruturar e organizar informações de pesquisadores e suas respectivas pesquisas. O pesquisador deverá preencher dois formulários, sendo um bem simplificado de identificação pessoal e outro mais detalhado, com as informações da pesquisa.

Como fazer:

Cada visitante, voluntário ou pesquisador que tiver interesse em fazer uma visita participativa como hóspede numa das nossas casas de campo, negociar uma a parceira qualquer ou realizar pesquisas no Santuário da Natureza Família Walker deverá preencher o seguinte cadastro e termo de responsabilidade.

Todos deverão preencher todas as informações neste cadastro;

O(A) organizador(a) da visita deve fazer uma leitura do site www.walkernaturesanctuary.com e realizar uma visita prévia de reconhecimento do local, as trilhas e picadas, os aposentos e a região, as condições de estradas e distancias.

O cronograma da visita deve ser previamente autorizado pelo o proprietário de forma que seu acesso às áreas a serem visitadas estejam em sintonia com as outras visitas e atividades em andamento. Qualquer necessidade de alteração de datas deve ser imediatamente comunicada via e-mail ou WhatsApp.

Também solicitamos que nos informe sobre as peculiaridades das atividades da visita, as áreas a serem visitadas, de forma, que se for necessário, não sobreponha com a fase de campo de outras visitas e pesquisadores.

Para o desenvolvimento das atividades de campo será exigido que todos os visitantes, voluntários e pesquisadores estivessem munido com todos os equipamentos de proteção individual necessários, como: bota, perneira, chapéu/boné, luvas, óculos entre outros necessários para evitar possíveis acidentes com animais peçonhentos e ou silvestres.

Para tanto, informações pertinentes de alergias e fobias devem ser informadas no formulário acima, bem como um telefone de emergência.

Para que todos os visitantes, voluntários e pesquisadores estivessem acesso às áreas de floresta no Santuário da Natureza Família Walker será obrigatório a entrega antecipadamente de comprovação dos seu cadastramento no Sistema Único de Saúde-SUS, Plano de Saúde Particular ou Seguro de Viagem com cobertura para atendimento Emergencial de Saúde. Para todos, também, será obrigatório a leitura, ciência e assinatura do TERMO DE RESPONSABILIDADE. Este termo precisa ser preenchido e entregue antes da fase de campo e será válido por todo o tempo de desenvolvimento da pesquisa.

O visitante, voluntário ou pesquisador no Santuário da Natureza Família Walker, pode enviar um relatório em formato Microsoft Word ou PDF para:

No término da visita o visitante pode entregar um relatório com todos os objetivos gerais e específicos, expectativas, resultados, sugestões, elogios, reclamações, etc..

O Santuário se comprometa não divulgar nenhum material entregue por qualquer visitante sem a permissão por escrito dos autores..

O visitante pode citar o nome da propriedade Salto e Melança e o gestor Santuário da Natureza Família Walker e coordenadas geográficas na descrição da área para facilitar a localização de fatos sobre a região pelos futuros interessados..

A missão do Santuário da Natureza Família Walker é promover a conservação da propriedade Salto e Melança e a região adjacente.

Como iniciativo, decidiram acolher a comunidade a fim de promover atividades benéficas a ambas partes nas áreas de pesquisas e educação ambiental que, como consequências, aumenta a segurança da propriedade contra possíveis tentativas de invasões, ações de caça (uma tradição na região) e outras pressões.

Desde que o Santuário não desponha de recursos financeiras próprios, a aproximação à comunidade sempre é de caráter voluntária.

Com muito esforço o Santuário hoje se dispõe de acomodações para visitantes nos seguinte links:

airbnb.com/h/casa-renata

airbnb.com/h/casa-flores

airbnb.com/h/casa-floresta

Para visitas de campo que não exigem a pernoite, o Santuário, logo mais, ofereçá uma “área de chegada” externa e coberta com armários, pátio com mesa e bancos e um banheiro. *

Como apoio aos visitantes cadastrados, o Santuário agenda acesso à floresta para atividades educativas e visitas de campo e, eventualmente, eventos.

Outro apoio aos visitantes trabalhando voluntariamente no Santuário é a sua página na internet dedicado à divulgação das atividades e informações obtidas durante as atividades educativas e de pesquisa a fim de engrandecer à apreciação da preservação e conservação da biodiversidade Brasileira na comunidade local, nacional e mundial.

O Santuário da Natureza Família Walker no papel de proprietários gestores de Salto e Melança numa região de preservação optaram apoiar a preservação e conservação ao invés de andar na contramão por causa do seu profundo amor à natureza.

Os visitantes, pesquisadores e educadores que quiserem se cadastrar no SNFW precisam lembrar que estão contribuindo á preservação e conservação da floresta, da água e da biodiversidade com suas atividades e não no engrandecimento dos gestores.

A esperança da gestão Santuário da Natureza Família Walker é que, através das atividades e das contribuições dos visitantes, voluntários e pesquisadores, podemos garantir a preservação desse pequeno pedaço da Mata Atlântica por mais tempo.

O bioma Mata Atlântica que abrange a costa leste, sudeste e sul do Brasil é uma das florestas tropicais mais ameaçadas do mundo, enfrentando diversos desafios.

Quase todas as áreas remanescentes de florestas tropicais em todo planeta são vítimas da burocracia de órgãos públicos, leis de preservação inadequadas, posseiros mal intencionados, especuladores imobiliários sem escrúpulos, madeireiras clandestinas, caçadores, manipulações políticas, corrupção e a persistência de uma cultura global que não anseia os objetivos do desenvolvimento sustentável.

Hoje, somente 7% da área original da Mata Atlântica brasileira está numa configuração parecido com uma floresta. A maioria das áreas verdes restando hoje são fragmentos florestais.

As regiões que mais perderam suas características florestais foram vítimas do crescimento das atividades agrícolas (cana de açúcar e café), a busca e retirada de minerais (ouro e ferro) e o crescimento econômico do Brasil que resultou na concentração de mais de 60% da atual população do país em algumas das mais populosas cidades e áreas industriais (responsáveis por 70% do PIB do país) construídas no meio dessas florestas.

O Santuário da Natureza Família Walker está localizado em uma propriedade chamada Salto e Melânça*, que faz parte da região que é a principal fonte de água potável de Curitiba e outras cidades no entorno. O Santuário da Natureza Família Walker, é uma área com 62,5 hectares, inserida na Serra do Mar paranaense e na região dos mananciais do município de Piraquara/PR.

O entorno do santuário é composto por outras propriedades privadas, além de unidades de conservação de proteção integral, como o Parque Estadual Pico do Marumbi, e de uso sustentável, como a Área de Preservação Ambiental (APA) do Rio Piraquara. Além da Área de Especial Interesse Turístico (AEIT) do Pico do Marumbi e da Área de Tombamento da Serra do Mar.

A degradação florestal no entorno do Santuário da Natureza Família Walker ocorreu em decorrência de plantações e a agropecuária, hoje o principal desafio é a especulação imobiliária. Mas ainda assim existem, diante de diversas ameaças, grandes grupos de Araucária angustifolia na região.

A água do Santuário da Natureza Família Walker e das outras propriedades da região brota de nascentes na floresta, formando cursos d’água. O ciclo hidrológico da água depende da dinâmica deste ecossistema, a água é precipitada nas cadeias de montanhas dessa região, que dividem o mar e a planície com altitude de 1.200 a 1.300 metros.

É um privilégio para o ser humano poder tomar essa água pura e intocada nos dias atuais.

A Mata Atlântica atualmente garante água potável para mais de 100 milhões de pessoas e protege as áreas de solo mais fértil do Brasil.
Mesmo com a degradação, a Mata Atlântica ainda é considerada um dos mais importantes hotspots para a conservação da biodiversidade do planeta.

Essa propriedade é um tesouro do planeta Terra dentro dos 7% do que resta da Mata Atlântica brasileira.

A degradação florestal no entorno do Santuário da Natureza Família Walker ocorreu em decorrência de plantações e a agropecuária. Hoje o principal desafio é a especulação imobiliária.

Mas ainda assim existem, diante de diversas ameaças, uma grande quantidades de espécies nativas e endêmicas na região incluindo grupos de Araucária angustifolia.

A água do Santuário da Natureza Família Walker e das outras propriedades da região brota de nascentes na floresta, formando cursos d’água. O ciclo hidrológico da água depende da dinâmica deste ecossistema, a água é precipitada nas cadeias de montanhas dessa região, que dividem o mar e a planície com altitude de 1.200 a 1.300 metros.

É um privilégio para o ser humano poder tomar essa água pura e intocada nos dias atuais.

A Mata Atlântica atualmente garante água potável para mais de 100 milhões de pessoas e protege as áreas de solo mais fértil do Brasil.

Mesmo com a degradação, a Mata Atlântica ainda é considerada um dos mais importantes hotspots para a conservação da biodiversidade do planeta.

A biodiversidade deste bioma é conhecida pela sua enorme diversidade de fauna e flora. Quatrocentos e cinquenta e quatro espécies de plantas foram identificadas, até hoje, neste bioma.

A flora já identificada é composta por 55% das espécies de árvores e 40% de outras espécies de plantas endêmicas da Mata Atlântica.

Não existem biodiversidade tão exuberante em qualquer outro lugar do mundo!

Ainda é possível achar espécies tão impressionantes como a jequitibá-rosa que pode atingir a altura de 40 metros e a circunferência de 4 metros. Outros exemplos são: pinheiro do Paraná (araucária), cedro, figueira, ipê, braúna, pau-brasil, que ainda existem de maneira reduzida nas "Cloud Forests", áreas de altitude maior da Serra do Mar (altitude 1,100 metros) e em Itatiaia (altitude 1,600 metros), são áreas com neblina quase constantemente e baixas temperaturas.

Das espécies mamíferas, 39% e a maior parte das espécies em perigo de extinção vivem exclusivamente na Mata Atlântica.

Membros das populações do macaco Mico Leão Dourado, a lontra brasileira, onças pintadas, onças pardas, tatus, araras azul mirim, gambás, tamanduás, preguiças, antas, veados, cotias, quatis e outras estão diminuindo rapidamente.

*Salto refere a queda de água ou cachoeira. Onde? Não achamos ainda! E Melânça refere a uma atividade de produção de mel nessa região antigamente, na época depois que cortaram a floresta e plantaram nessa região.

Como Tudo Começou

Gary Walker, Renata Notari e Robson Walker tentando fazer um casebre habitável em 1992.

Em 1991 um grupo pequeno de pessoas se juntou para comprar a propriedade chamada Salto e Melânça com a intenção de preservar este local.

Essa propriedade tinha duas divisas com o Parque Estadual do Pico do Marumbi, adjacente a uma área alocada a SANEPAR, a companhia de saneamento do Paraná.

Nossa estratégia inicial era comprar a propriedade para preservar. Achamos que só isso ia garantir a sua preservação. 

Muito ingênuos!

A maioria das pessoas que ajudaram a comprar, não ganhavam muito dinheiro na época, mas, achamos que comprando e colocando um caseiro na área iria garantir a sua preservação.

Ótimas pessoas, ótimo época, ótimos sonhos!

Nossas famílias eram menores naquele tempo. A economia era bem diferente.

Salto e Melânça estava localizado longe de grandes centros urbanos e na estrada que chegava lá, às vezes, nem passava carro.

Hoje o mundo mudou.

O mundo inteiro quer que seus filhos e netos respirem ar fresco, bebem água pura, mas não tem ações que condizem com esse desejo.

Com o "querer" vem o dever de proteger essas áreas para as futuras gerações.

Em 2018, o governo municipal de Piraquara junto a governo de Estado e da nação ampliaram e modernizaram as estradas de acesso a cidade e instalaram uma estrada de paralelepipido do centro da cidade até a igreja da Colônia Santa Maria com a ideia de estimular a economia através de turismo e a expansão imobiliária.

O governo local prioriza a conservação e a preservação nos seus discursos e no seu planejamento cada vez mais. Mas, ainda falta a dedicação, foco e recursos necessários para proteger essa área.

A configuração de proprietários no Salto Melânça mudou, também.

Ao longo dos anos, algumas das cotistas originais venderam as suas cotas à Família Walker. As outras abandonaram o projeto. Suas famílias cresceram, a economia enfraqueceu e os meios de sobrevivência se tornaram mais complicados.

Era, então, a Família Walker que manteve tudo funcionando. Construíram e mantiveram residências na propriedade garantindo a sua segurança contra invasões e para melhorar a sua integração junto a comunidade no seu entorno. Pagaram todos os custos da manutenção da propriedade. Contrataram os servíços necessários pela manutenção e fiscalizaram os mesmos para que nunca fosse feito algo que conflitia coma as leis da proteção do meio ambiente. A Família Walker se responsabilizaram pela a contratação, os pagamentos de salário e os encargos, a orientação a segurança e os eventuais recisões dos caseiros ao longo de todos esses anos. Construíram, expandiram, fizeram melhorias e focaram na prosposta de que a propriedade eventualmente ia se auto sustentar.

Preocupação com o Futuro

Outra preocupação a respeito da área: O que irá acontecer se os herdeiros não quisessem continuar com a preservação? Qual será o destino dessa terra se eles precisassem de dinheiro e optassem por vender para pessoas com outros objetivos, que não incluirão a proteção desses mananciais.

Decidiram, então, de começar se esforçando no trabalho de segurar esta propriedade.

Lutam, até hoje, para que a Salto e Melânça um dia gozará da sua própria documentação devida e que se tornará uma área de preservação permanente apoiada pelas leis brasileiras.

Vista da Serra de Melança num caminhada de manhã cedo num dia de sol.

Os últimos vinte anos.

A Família Walker reformou a sua antiga residência em um ambiente multiuso afim de hospedar visitas e o novo projeto do Santuário da Natureza Família Walker, o Programa Voluntariado Atlantic Rainforest. Este projeto é uma parceira entre o Santuário da Natureza Família Walker e a APAVE (Associação dos Protetores das Áreas Verdes de Curitiba e Região Metropolitana).

As ações entre diversas parceiros e a Família Walker resultaram no desenvolvimento de trilhas que cruzam várias áreas da propriedade. Foi reformado o sistema de captação de água, que hoje é distribuída para todas as edificações, os jardins, as hortas e o canil. Essas trilhas e o sistema de captação e distribuição das águas foram desenvolvidos e mantidos pela família nos últimos vinte anos.

Atravês do Programa de Voluntariado, o Santuário começou a receber pesquisadores ambientais como o Professor Ramón Rios, Prof. Alessandro Antônio e Prof. James Roper todos da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Animado com as condições e a proximidade a Curitiba realizam pesquisa com diversos focos. No processo de mantar suas pesquisas, acabaram criando novas trilhas que eventualmente servirão para visitas guiadas de estudantes e o público em geral, parte essencial do nosso programa de educação ambiental.

Os Desafios

É importante entender que o Santuário da Natureza Família Walker se localiza numa propriedade chamado Salto e Melânça, onde os membros da família construíram e mantém residências, paióis, canil e bangalôs. A Família Walker empresta uma parte dessas edificações para o Santuário da Natureza Família Walker para suas atividades num sistema contratual.

Nosso Santuário encontra-se nas divisas do Parque Estadual Pico do Marumbi. Todas as propriedades da nossa região já estão na categoria oficial de zona de amortecimento e Área de Preservação Permanente (APP).

Com a modernização da estrada principal entre Curitiba e Piraquara o setor imobiliário está em fase de crescimento tentando atender o sonho de tantos bons cidadãos querendo sair de Curitiba e mudar para um lugar perto e mais calmo.

Mas, esses bons cidadãos nem sempre chegam com a consciência de ajudar na preservação do seu novo lar.  De fato, mesmo pessoas com inclinações conservacionistas vêm com a sua própria ideia do que é conservar e do que é preservar. Nem sempre conhecem à fundo as normas corretas e as leis envolvidas na atividade de conservação.

A expansão imobiliária promoverá impactos irreversíveis, como o desmatamento, erosão e assoreamento de rios e córregos, poluição, etc, prejudicando assim a conservação dos mananciais.

O poder público, com poucos recursos, sobrecarregado e burocrático, não consegue monitorar, orientar, educar e fiscalizar com a eficiência que a situação demanda. As vezes, também, decisões são feitas ainda por razões políticas ou por interesse próprio. O conceito de coletividade não se estabeleceu firme nos cenário público ainda. A maioria dos nosso políticos ou pretendentes, entram no setor público por motivos individualisticas ou para procurar apoio para seu grupo.

Outros Desafios

Uma das mudanças de configuração mais impactantes em nossa região desde 2003, foi a transferência de indivíduos de várias tribos indígenas para uma propriedade ao lado do Parque Estadual Pico do Morumbí, no outro lado da estrada do Santuário da Natureza Família Walker.

Com o passar dos anos, a tribo foi crescendo e o local ficou conhecido como Aldeia Araçaí. Muitos indivíduos da tribo Guarani aderem a tradição de nômade. Mas, algum dos indivíduos que residam nessa aldeia mantém as suas residências no local na configuração permanente. Eles mantêm um ambiente estável e receptivo para aqueles que vivem como nômades.

O Santuário da Natureza Família Walker tenta manter o diálogo com os indivíduos dessa comunidade indígena ao longo desses quinze anos. Os indivíduos são separados legalmente do resto da população brasileira e cuidados por um órgão do governo especialmente focado na resolução dos seus problemas. Assim a relação entre o Santuário e a Aldeia Araçaí as vezes se torna complexa.

Mas, mesmo diante da complexidade, o Santuário da Natureza Família Walker inclua a Aldeia Araçaí nas suas considerações, nos seus planejamentos e programações e divulga os eventos e a comercialização do artesanato da tribo.

Soluções

Desde o início, a Família Walker percebeu que a preservação da área dependia da participação de outras pessoas, associações e órgãos do setor privado e do governo.

A área é muito grande e para poder monitorar toda ela, precisava de pessoas rodando pela propriedade com certa frequência. Aos poucos foi formada a ideia de projetos autossustentáveis que, idealmente, terão um componente educacional e experiencial para as visitas, voluntários e pesquisadores do Brasil, América do Sul e do mundo todo.

Nossas estratégias são desenvolvidas dentro da busca de sustentabilidade do próprio Santuário. 

Nos últimos anos começamos a se associar com grupos e associações fortes na área de conservação do setor privado e com instituições acadêmicas.

Através desses relacionamentos, recebemos projetos e atividades, conselhos, informações e apoio jurídico e político, além de aproveitarmos de longos anos de experiência dessas entidades.

Agora, podemos receber doações, fundos e outros recursos através desses relacionamentos.

Um passo enorme pela frente!

Estratégias

Quando o(a) proprietário(a) consegue regularizar a documentação da sua área, ele(a) começa a ser “gente” na sociedade brasileira. Em muitas áreas rurais no Brasil, as propriedades não têm documentação definitiva. Muitas pessoas nascem e morrem nas suas propriedades sem ter qualquer documento além o registro de compra e venda. Nessas condições, os(as) proprietários(as) são posseiros ou donos dos direitos hereditários de uma família que vendeu sem fazer inventário. 

Sem o registro definitivo da sua propriedade, os(as) proprietários(as) não tem acesso aos recursos municipais, estaduais, nacionais e internacionais disponível para ajudar com a conservação e preservação da sua propriedade.

Além de fundos e outros recursos para projetos, manejo e manutenção, esses proprietários não tem acesso a suporte técnico gratuito e descontos na compra de ferramentas, estruturas, equipamentos e matéria prima.
 
O ITCG (Instituto de Terras, Cartografias e Geologia do Paraná) publicou a seguinte justificativa em relação a falta de documentação das terras do estado de Paraná:

“A implementação de Planos Regionais de Desenvolvimento requer a definição de diretrizes de governo para áreas de terras porque a estrutura fundiária é fator determinante para traçar o perfil de políticas agrícolas, sociais e ambientais. Além disso, problemas de regularização fundiária são fatores de instabilidade e insegurança para os agricultores, impedindo investimentos produtivos nas áreas, além de dificultar o acesso a políticas públicas e aos recursos dos programas de Governo, especialmente o acesso ao crédito, aumentando a exclusão social. 

A concentração de grandes, médias ou pequenas propriedades rurais em uma região, a existência de agricultores ocupando terras públicas ou privadas sem titulação, a presença de formas tradicionais de ocupação territorial e uso da terra, sem o adequado tratamento fundiário pelo Estado, são obstáculos à superação das desigualdades sociais e regionais e ao exercício da cidadania.

(...) A ausência de definição dos limites, base para a titulação de propriedades rurais, impossibilita a inserção de milhares de agricultores familiares Paranaenses em políticas públicas de desenvolvimento agrário, estaduais e federais, com sérias consequências para a sua sobrevivência econômica e reprodução sociocultural. A Regularização Fundiária, portanto, além de um dever do Estado em cumprimento à determinação da lei nº. 10.267/2001, significa inclusão social e possibilidade de desenvolvimento sustentável do ponto de vista ambiental.”

*http://www.itcg.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=6

O Santuário da Natureza Família Walker junto com a APAVE, conseguiram recentemente sensibilizar o Secretário de Meio Ambiente do Estado de Paraná, Antônio Carlos Bonetti, que, por sua vez, articulou a inserção de cem proprietários da região ao redor da Repressa Cayuguava I no programa do antigo ITCG de Regularização Fundiária no Paraná (Convênio ITCG/SEAD).

Foi assinado um compromisso entre a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, o ITCG, a Secretaria do Meio Ambiente de Piraquara, a Secretária de Urbanismo de Piraquara e a Prefeitura de Piraquara no final de 2018.

“O georreferenciamento dos imóveis, nos moldes exigidos pela legislação federal, é a primeira fase do processo de regularização fundiária gerando dados e informações de uso multifuncional para o Cadastro de Imóveis Rurais, para o Zoneamento Ecológico-Econômico e para o Plano Estadual de Cartografia, facilitando e potencializando a gestão governamental da estrutura fundiária.”

Os dois produtos do trabalho inicial desse projeto são o mapa e o memorial descritivo de cada propriedade que serão entregues aos proprietários de cada área e ao setor jurídico da Secretaria de Urbanismo.

Depois vem o processo de ajuizamento de Ação de Usucapião ou de Ação Discriminatória. Vamos lutar para conseguir no ano 2019 fechar um compromisso junto a Defensoria Pública do Estado para atender as exigências da lei dessas cem propriedades.

Depois, nossa meta é de levar para a justiça em clima de mutirão.

Ao longo dos últimos anos, o Santuário da Natureza Família Walker percebeu que, para criar uma base sólida entre a sociedade civil e o poder público, o comunidade deve-se envolver com os setores mais variados da sociedade, participando de reuniões, consultas públicas nos seus bairros, nas suas prefeituras e no estado.

O Santuário da Natureza Família Walker, responsável por parte da conservação desta área de mananciais que abastece a população de Curitiba e região, não vai conseguir esta luta sozinho.

Participem!

Vamos fazer parte deste trabalho tão importante! 

Parceiros do Santuário da Natureza Família Walker


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